Bomba não!

Tenho lido uns livros estranhos, que dão idéias um tanto anarquistas, graças a Deus. Meu espírito subversivo (a-do-ro essa palavra!) tá amando muito tudo isso. Mas, apesar de todas as orientações — pensamento positivo, compreensão sobre as coisas e pessoas e mudanças de atitudes —, é muito difícil engolir essa má fase pela qual passa o mais querido. Depois de 10 rodadas de felicidade, são sete de desespero.

Só pode ser praga sunita. E isso deve ser bem pior do que de madrinha...

Futebol é paixão, concordo em gênero número e grau. Por isso mesmo que meu estarrecimento com o atentado terrorista na Gávea foi tão grande quanto ao assistir a um episódio do Linha Direta sobre crime passional. Só pessoas muito loucas podem cometer atrocidades contra o ser (ou objeto, no caso, sei lá) amado. Loucas no mau sentido, óbvio.

Tudo bem, também, que do jeito que está, dá vontade de jogar uma bomba na cabeça dos caras. Mas isso deve ser apenas em sentido figurado. Gentileza gera gentileza, já dizia o profeta. Protestar é direito, mas sem exageros e sem ferir ninguém. Ou quase.

A tensão dos jogadores no Serra Dourada, no início da partida de ontem, era quase palpável. Não foi à toa que o Vandinho se machucou, sozinho, com cinco minutos de bola rolando... Inexplicável? Não acho. Tudo faz sentido, basta pensar bem a respeito. E assim encontramos o lado positivo da tragédia. Nem que seja simplesmente, evolução. A qualquer custo...

Perseguir o pobre do Obina, por exemplo, é totalmente plausível. Afinal, é muito comum a gente descontar mil frustrações nos seres amados. Neste caso, quem paga o pato é o xodó da torcida, que está mesmo sem botar a bola no fundo da rede há um tempo considerável.

Fato é que aquela arrancada no início do Brasileirão deixou os holofotes muito tempo sobre a Gávea. E o urubu, que não é bobo nem nada, levantou foi vôo, deixando o espaço aéreo liberado para a bruxa dar uns razantes por ali.

De uma forma ou de outra, tem um monte de jogador caindo — Renato Augusto, Marcinho e Souza, que partiram para outros países; Toró, ainda retomando ritmo de jogo; Kleberson e Tardelli, que ferraram ombro e braço; e agora o xerife Fábio Luciano, suspenso pela seqüência de cartões amarelos. Era mesmo hora de chamar um padre, que não custa nada apelar para o divino espírito santo...

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