A Newsweek desta semana traz uma reportagem sobre a carga tributária enfrentada por brasileiros, uma das mais pesadas do mundo. Em um dos trechos da matéria, intitulada Hora de dizer basta?, é lembrada a Inconfidência Mineira.
No fim do século 18 (...) os brasileiros chamaram Tiradentes para liderar uma revolução contra impostos. Um em cada cinco quilos de ouro brasileiro ia direto para os cofres reais sem fundos de Lisboa.
A publicação observa que os brasileiros pagam hoje mais impostos que pagavam no século 18.
O que Tiradentes diria agora? Mais de um em cada três reais que os brasileiros ganham vai para os governos locais, estatais e federal, numa sopa de letras de encargos ? ICMS, COFINS, CPMF ? que chega a 61 no total.
A revista, que afirma que os brasileiros pagam quase o dobro dos impostos cobrados dos chilenos ou mexicanos, acrescenta:
A piada que corre é que os brasileiros pagam impostos escandinavos em troca de serviços africanos. Os contribuintes não estão achando mais graça.
Tá certo. Chato é ouvir isso "dos outros"...
Com reprodução no Protesto Mundial
No fim do século 18 (...) os brasileiros chamaram Tiradentes para liderar uma revolução contra impostos. Um em cada cinco quilos de ouro brasileiro ia direto para os cofres reais sem fundos de Lisboa.
A publicação observa que os brasileiros pagam hoje mais impostos que pagavam no século 18.
O que Tiradentes diria agora? Mais de um em cada três reais que os brasileiros ganham vai para os governos locais, estatais e federal, numa sopa de letras de encargos ? ICMS, COFINS, CPMF ? que chega a 61 no total.
A revista, que afirma que os brasileiros pagam quase o dobro dos impostos cobrados dos chilenos ou mexicanos, acrescenta:
A piada que corre é que os brasileiros pagam impostos escandinavos em troca de serviços africanos. Os contribuintes não estão achando mais graça.
Tá certo. Chato é ouvir isso "dos outros"...
Com reprodução no Protesto Mundial
2 comentários:
Sensacional a matéria. Pelo menos a parte que vc postou... rsrs Mas os impostos não são nada sensacionais. É um absurdo. E o secretário da Receita afirmando que o que se arrecada ainda é pouco?
Daniel Ramalho respondeu, em Protesto Mundial:
"A carga fiscal no Brasil é alta mas injusta, pois incide de forma desproporcional sobre a parte da população de menor poder aquisitivo, já que os impostos indiretos (essencialmente os de consumo) são relativamente os que mais pesam. Precisamos de uma reforma que modifique a distribuição da carga fiscal, liberando as camadas de baixa renda.
Não se trata de onerar mais ainda a classe média que paga Imposto de Renda, mas de corrigir um quadro de profundas desigualdades, cujo exemplo mais notório é o das instituições bancárias que, apesar de seus lucros fabulosos, são praticamente isentas de imposto. A reforma fiscal deverá corrigir essas distorções, mas não só.
Seu objetivo, tal como nos mostraram as reformas similares implantadas em países da Europa, é também o de criar sociedades mais homogêneas. Certos setores do sistema produtivo decerto sofrerão baixa de rentabilidade, mas é a sociedade como um todo que lucrará com o esforço de adaptação que visa dar ao governo os meios de enfrentar os sérios problemas sociais do país.
Em realidade, uma reforma fiscal pode ir tão longe a ponto de modificar o sistema de valores das classes dirigentes de determinada sociedade. No nosso caso, já se fez evidente a fragilidade das estruturas sociais resultantes de tantos decênios de concentração de renda conjugada com baixo crescimento.
Esta é uma problemática que merece a atenção, não só dos jovens economistas, mas de toda a sociedade, e, em particular, dos nossos governantes"
Celso Furtado, em seu último artigo "Cultura Neoliberal e Reforma Fiscal" publicado no JB em 10 de novembro de 2004
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