Voltava para casa na quarta-feira, véspera de feriadão para boa parte dos mortais (menos para mim e uma dúzia de amigos...). Sentei no banco colado ao cobrador. Tinha um rapaz na frente, antes da roleta, que batia papo com o cara — futebol, mulher, economia, trabalho. O motorista participava vez ou outra.
Até chegar na Praça da Bandeira.
Uma balzaca metida num modelito funkeira glamourosa entra. É íntima do motorista. Fica pela frente mesmo. Ela, sua calça da gang purpurinada falsificada, blusinha curta e uma sacola de dar inveja a muito muambeiro. Uma autêntica camelô-chique (embora o rapaz que conversava com o cobrador chegue à conclusão, pouco depois, que a moça era uma "raimunda").
Arruma o bolsão pesado sobre o painel, senta a bunda cheia de glitter no capô do motor, pertinho do morotista e deita conversa com o cara. Nessa altura, o rapaz e o trocador se calam. Só olham um para a cara do outro. Aquilo chamou minha atenção. Fechei o livro que tentava ler e resolvi ligar a parabólica, que vinha história...
Não demorou muito, o cara não se conteve: passou na roleta, sentou do meu lado e começou a trocar (in)confidências com o trocador:
- Essas malucas são pofissionais, né não?! Já vi um monte assim...
- É , essa mora ali no Lins. Já é conhecida da linha...
- Quer dizer que é sempre assim mesmo?
- Fica uma coisa mais ou menos fixa...
- Sabe o que me deixa maluco?! É o tempo que elas ficam com a bunda em cima do motor quente, só pra arrumar carona em ônibus... Deve tá é cheia de hemorróida...
Enfiei a cara no livro de novo, pra não dar uma gargalhada...
Até chegar na Praça da Bandeira.
Uma balzaca metida num modelito funkeira glamourosa entra. É íntima do motorista. Fica pela frente mesmo. Ela, sua calça da gang purpurinada falsificada, blusinha curta e uma sacola de dar inveja a muito muambeiro. Uma autêntica camelô-chique (embora o rapaz que conversava com o cobrador chegue à conclusão, pouco depois, que a moça era uma "raimunda").
Arruma o bolsão pesado sobre o painel, senta a bunda cheia de glitter no capô do motor, pertinho do morotista e deita conversa com o cara. Nessa altura, o rapaz e o trocador se calam. Só olham um para a cara do outro. Aquilo chamou minha atenção. Fechei o livro que tentava ler e resolvi ligar a parabólica, que vinha história...
Não demorou muito, o cara não se conteve: passou na roleta, sentou do meu lado e começou a trocar (in)confidências com o trocador:
- Essas malucas são pofissionais, né não?! Já vi um monte assim...
- É , essa mora ali no Lins. Já é conhecida da linha...
- Quer dizer que é sempre assim mesmo?
- Fica uma coisa mais ou menos fixa...
- Sabe o que me deixa maluco?! É o tempo que elas ficam com a bunda em cima do motor quente, só pra arrumar carona em ônibus... Deve tá é cheia de hemorróida...
Enfiei a cara no livro de novo, pra não dar uma gargalhada...
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