Não é gatomestrice. Quer dizer... tudo bem, é sim! Mas aqui eu faço o que bem entendo; lê quem quer, discorda quem tem coragem. Ou, pelo menos, amizade pra caralho, porque amigo pra caralho pode tudo!
Chega de nariz-de-cera, que o que eu quero é falar de Carnaval. Mas especificamente, dos sambas de enredo de 2008. Escutei, escutei, escutei incansavelmente o bendito iPod que tem um playlist só de sambas do ano. Depois que meus ouvidos se acostumaram a todos e eu comecei a me sentir mais íntima dos sambas, e mais abusada neste meu mundinho, resolvi botar a boca no trombone. Ou, pelo menos, dar uma buzinada nos ouvidos dos transeuntes deste blog...
Elegi o melhor do ano, sem falsa modéstia que me segure nesta missão!
Deu Portela na cabeça.
E isso não tem naaaaaada a ver com a minha recente cisma com o Diogo Nogueira. Afinal, sou jornalista e uma sambista sem escola de coração muito bem definida — já fui magueira, já fui Mocidade, Portela e até tradição; já caíde amores pela Viradouro, arrastei uma asinha pela Vila e admiro e respeitro Beija-Flor e Império Serrano, só para citar algumas.
Calma, que eu explico.
No início fiquei indecisa, confesso. Beija-Flor, Viradouro, Salgueiro e Mangueira estão com sambas bem interessantes. E enredos idem.
A Beija-Flor é covardia, com samba puxado pelo Neguinho. O refrão é de orgulhar; dá mesmo vontade de bater no peito e cantar...
O meu valor me faz brilhar
Iluminar o meu estado de amor
Comunidade impõe respeito
Bate no peito eu sou Beija-Flor
E aí vem a genialidade do Paulo Barros e a energia do mestre Ciça, combinados com a beleza e a simpatia da conterrãnea Juliana Paes na Viradouro. Contagiante. Um enredo maneiríssimo, que tem tudo para surpreender na avenida. Um samba com letra bem bacana, que traz a poesia do mestre Cartola quase que literalmente. Dois refrões que têm tudo para serem ouvidos no sambódromo durante o desfile...
O show da bateria alucina
Traz numa corrente a emoção
É arte, é criação que me fascina
Faz vibrar meu coração
E depois vem, pra fechar, um pouco de poesia em homenagem ao mestre Cartola:
Bate outra vez, o meu coração
"Pois já vai terminando o verão"
As rosas não falam, na Viradouro exalam
O perfume de uma canção
Há de se respeitar, também, a Academia. Rio de Janeiro como enredo e a 'Furiosa' martelando no samba é contagioso, gente! As fantasias estão maravilhosas, apesar de absurdamente caras. O Salgueiro tem tudo para fazer um desfile memorável, dar show na passarela. O refrão foi eleito (por mim, é o-bó-vio!) o melhor do ano!
E deixa o sol bronzear
No calor do meu Salgueiro
Eu sou raiz desse chão
E canto a minha emoção
Salve o Rio de Janeiro
E a Mangueira??? O que falar da verde-rosa? Se até nos carnavais de sambinha mais fraco a multidão acompanha o samba no pé e na ponta da língua, imagina este ano, que o samba tá facinho, facinho de aprender e rola até coreografia na parte mais animada?!
Mandou me chamar, eu vou
Pra Recife festejar
Alegria no olhar eu vejo
É frevo, é frevo, é frevo!
Mas a Portela... o samba assinado por Ari do Cavaco, Ciraninho, Celsinho de Andrade, Diogo Nogueira e Júnior Escafura — Reconstruindo a natureza, recriando a vida: o sonho vira realidade — é pura poesia. Fora a cadência, que remete a sambas dos velhos tempos, memoráveis carnavais da azul-e-branco de Oswaldo Cruz, fronteira com Madureira.
Segue os passos do criador
Vai minha Águia Gerreira
Leva essa mensagem de amor
De Oswaldo Cruz e Madureira
Água, fonte eterna da vida
Terra, templo da evolução
O homem surgiu, brincou de criar
Descobriu tanta riqueza
É preciso progredir sem destruir
Viver em comunhão com a natureza
É o rio que corre a caminho do mar
A flor que se abre na primavera
Do ventre a esperança que vem renovar
O sonho de uma nova era
É hora de darmos aos mãos
Lutarmos pro mundo mudar
O líder de cada nação
Precisa parar pra pensar
A palavra é união
Pra reconstruir o nosso lar
Brasil, teu verde é o símbolo da vida
Renova a tua energia
Meu coração é o meu país
O sol vai brilhar pra anunciar
Um futuro mais feliz
Eu sou a água, sou a terra, sou o ar
Sou Portela
Um sonho real, um grito de alerta
A natureza que encanta a passarela
****
Ta bom. O Diogo Nogueira é um gato!
Chega de nariz-de-cera, que o que eu quero é falar de Carnaval. Mas especificamente, dos sambas de enredo de 2008. Escutei, escutei, escutei incansavelmente o bendito iPod que tem um playlist só de sambas do ano. Depois que meus ouvidos se acostumaram a todos e eu comecei a me sentir mais íntima dos sambas, e mais abusada neste meu mundinho, resolvi botar a boca no trombone. Ou, pelo menos, dar uma buzinada nos ouvidos dos transeuntes deste blog...
Elegi o melhor do ano, sem falsa modéstia que me segure nesta missão!
Deu Portela na cabeça.
E isso não tem naaaaaada a ver com a minha recente cisma com o Diogo Nogueira. Afinal, sou jornalista e uma sambista sem escola de coração muito bem definida — já fui magueira, já fui Mocidade, Portela e até tradição; já caíde amores pela Viradouro, arrastei uma asinha pela Vila e admiro e respeitro Beija-Flor e Império Serrano, só para citar algumas.
Calma, que eu explico.
No início fiquei indecisa, confesso. Beija-Flor, Viradouro, Salgueiro e Mangueira estão com sambas bem interessantes. E enredos idem.
A Beija-Flor é covardia, com samba puxado pelo Neguinho. O refrão é de orgulhar; dá mesmo vontade de bater no peito e cantar...
O meu valor me faz brilhar
Iluminar o meu estado de amor
Comunidade impõe respeito
Bate no peito eu sou Beija-Flor
E aí vem a genialidade do Paulo Barros e a energia do mestre Ciça, combinados com a beleza e a simpatia da conterrãnea Juliana Paes na Viradouro. Contagiante. Um enredo maneiríssimo, que tem tudo para surpreender na avenida. Um samba com letra bem bacana, que traz a poesia do mestre Cartola quase que literalmente. Dois refrões que têm tudo para serem ouvidos no sambódromo durante o desfile...
O show da bateria alucina
Traz numa corrente a emoção
É arte, é criação que me fascina
Faz vibrar meu coração
E depois vem, pra fechar, um pouco de poesia em homenagem ao mestre Cartola:
Bate outra vez, o meu coração
"Pois já vai terminando o verão"
As rosas não falam, na Viradouro exalam
O perfume de uma canção
Há de se respeitar, também, a Academia. Rio de Janeiro como enredo e a 'Furiosa' martelando no samba é contagioso, gente! As fantasias estão maravilhosas, apesar de absurdamente caras. O Salgueiro tem tudo para fazer um desfile memorável, dar show na passarela. O refrão foi eleito (por mim, é o-bó-vio!) o melhor do ano!
E deixa o sol bronzear
No calor do meu Salgueiro
Eu sou raiz desse chão
E canto a minha emoção
Salve o Rio de Janeiro
E a Mangueira??? O que falar da verde-rosa? Se até nos carnavais de sambinha mais fraco a multidão acompanha o samba no pé e na ponta da língua, imagina este ano, que o samba tá facinho, facinho de aprender e rola até coreografia na parte mais animada?!
Mandou me chamar, eu vou
Pra Recife festejar
Alegria no olhar eu vejo
É frevo, é frevo, é frevo!
Mas a Portela... o samba assinado por Ari do Cavaco, Ciraninho, Celsinho de Andrade, Diogo Nogueira e Júnior Escafura — Reconstruindo a natureza, recriando a vida: o sonho vira realidade — é pura poesia. Fora a cadência, que remete a sambas dos velhos tempos, memoráveis carnavais da azul-e-branco de Oswaldo Cruz, fronteira com Madureira.
Segue os passos do criador
Vai minha Águia Gerreira
Leva essa mensagem de amor
De Oswaldo Cruz e Madureira
Água, fonte eterna da vida
Terra, templo da evolução
O homem surgiu, brincou de criar
Descobriu tanta riqueza
É preciso progredir sem destruir
Viver em comunhão com a natureza
É o rio que corre a caminho do mar
A flor que se abre na primavera
Do ventre a esperança que vem renovar
O sonho de uma nova era
É hora de darmos aos mãos
Lutarmos pro mundo mudar
O líder de cada nação
Precisa parar pra pensar
A palavra é união
Pra reconstruir o nosso lar
Brasil, teu verde é o símbolo da vida
Renova a tua energia
Meu coração é o meu país
O sol vai brilhar pra anunciar
Um futuro mais feliz
Eu sou a água, sou a terra, sou o ar
Sou Portela
Um sonho real, um grito de alerta
A natureza que encanta a passarela
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Ta bom. O Diogo Nogueira é um gato!
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