JB planeja demitir jornalistas e faturar mais com publicidade pública
Sob a justificativa da crise financeira internacional, a direção do Jornal do Brasil pretende cortar 30% de seu gasto com a folha de pagamento de salários e prosseguir com uma política de fortalecimento de núcleos editoriais de produção voltados para a edição de cadernos regionais. A intenção é prestigiar profissionais capazes de atrair anúncios e matérias pagas de empresas privadas e órgãos públicos, principalmente nas prefeituras, governos estaduais e União. Ao optarem pela política de valorizar o trabalho do jornalista pela sua capacidade de atrair publicidade, os responsáveis pelos rumos do Jornal do Brasil cometem um grave equívoco ético: comprometem de forma absoluta o caráter público, a imparcialidade e a qualidade da informação.
Atualmente cerca de 100 jornalistas trabalham no JB, dos quais 90% têm carteira assinada. Somente os que ocupam cargos de chefia, incluindo os editores, ganham acima de R$ 5 mil e são remunerados como pessoa jurídica. Até fevereiro deste ano, a maioria também trabalhava como PJ. Hoje, todos recebem vales para transporte e refeição, além de plano de saúde pago em parte pela empresa, enquanto o FGTS também é recolhido regularmente.
A regularização da situação trabalhista foi a fórmula encontrada pelo jornal para conseguir obter empréstimos, ganhar fôlego e manter-se no mercado. Sua imagem, extremamente desgastada diante das fontes financiadoras de crédito, da justiça trabalhista, dos mercados publicitário e jornalístico e da opinião pública em geral, precisava ser recuperada para resgatar um pouco a credibilidade do passado e não afundar de vez.
Atraso, estresse e dor de cabeça
Os jornalistas do JB passaram a semana apreensivos. Os seguidos boatos de demissão em massa não eram desmentidos pela direção da empresa. Nesta sexta-feira, dia 28, muitos acreditavam na divulgação de uma lista de demitidos logo após o fim do pescoção – produção da edição dominical –, enquanto outros achavam que a má notícia viria no início desta semana.
Desde segunda-feira, os editores vêm sendo chamados com freqüência à sala da direção do jornal, onde são informados dos problemas financeiros enfrentados pela empresa e da necessidade de haver cortes imediatos, como forma de aliviar as dificuldades que encontram de equilibrar a receita com a publicidade em queda e a despesa com o pagamento de compromissos, principalmente com pessoal.
Enquanto o jornal pensa em demitir, a redação anda sobrecarregada de trabalho. Editores não têm com quem dividir escalas de plantão. No último domingo havia cinco páginas para fechar em uma editoria e só estavam na redação um repórter e um estagiário. Profissionais mais experientes, após o fechamento de suas editorias, tiveram de ser deslocados para fechar o material da editoria capenga, o que se deu naturalmente com muito atraso, estresse e dor de cabeça.
Parcerias com o poder público
Para o próximo ano, a partir dessas demissões, a direção do JB planeja incentivar a criação de núcleos de produção independentes, cada um deles administrando o seu próprio centro de custo. Somente sobreviveriam e seriam prestigiados os núcleos lucrativos, enquanto os demais, de baixa lucratividade, seriam extintos ou remodelados para incrementar o faturamento, especialmente os oriundos do setor público. Um desses núcleos abrigaria três publicações do jornal: a revista de Domingo, o Caderno B e a revista Programa, cada qual com um editor subordinado ao comando de um "publisher".
A propósito, a revista de Domingo, que há algum tempo é produzida em São Paulo, voltará a ser editada no Rio, o que assoberbará de tarefas o pessoal daqui. Um dos editores do jornal foi deslocado para Brasília com a finalidade de criar um núcleo de produção na capital. Próximo do poder central, com a chancela do Jornal do Brasil, começará a criar e editar publicações voltadas para divulgar, em forma de matérias pagas ou de anúncios, projetos de interesse de empresas e instituições públicas, sem menosprezar o que for possível amealhar da iniciativa privada.
Com esse mesmo espírito, o jornal pretende consolidar a criação e edição de cadernos regionais, em estados e municípios, voltados para as mais variadas áreas de interesse – economia, cultura, arte, educação, turismo, entretenimento, serviços –, sempre sob o patrocínio financeiro dos governos estaduais e das prefeituras interessadas em divulgar suas obras e realizações.
Fonte: SJPMRJ
Sob a justificativa da crise financeira internacional, a direção do Jornal do Brasil pretende cortar 30% de seu gasto com a folha de pagamento de salários e prosseguir com uma política de fortalecimento de núcleos editoriais de produção voltados para a edição de cadernos regionais. A intenção é prestigiar profissionais capazes de atrair anúncios e matérias pagas de empresas privadas e órgãos públicos, principalmente nas prefeituras, governos estaduais e União. Ao optarem pela política de valorizar o trabalho do jornalista pela sua capacidade de atrair publicidade, os responsáveis pelos rumos do Jornal do Brasil cometem um grave equívoco ético: comprometem de forma absoluta o caráter público, a imparcialidade e a qualidade da informação.
Atualmente cerca de 100 jornalistas trabalham no JB, dos quais 90% têm carteira assinada. Somente os que ocupam cargos de chefia, incluindo os editores, ganham acima de R$ 5 mil e são remunerados como pessoa jurídica. Até fevereiro deste ano, a maioria também trabalhava como PJ. Hoje, todos recebem vales para transporte e refeição, além de plano de saúde pago em parte pela empresa, enquanto o FGTS também é recolhido regularmente.
A regularização da situação trabalhista foi a fórmula encontrada pelo jornal para conseguir obter empréstimos, ganhar fôlego e manter-se no mercado. Sua imagem, extremamente desgastada diante das fontes financiadoras de crédito, da justiça trabalhista, dos mercados publicitário e jornalístico e da opinião pública em geral, precisava ser recuperada para resgatar um pouco a credibilidade do passado e não afundar de vez.
Atraso, estresse e dor de cabeça
Os jornalistas do JB passaram a semana apreensivos. Os seguidos boatos de demissão em massa não eram desmentidos pela direção da empresa. Nesta sexta-feira, dia 28, muitos acreditavam na divulgação de uma lista de demitidos logo após o fim do pescoção – produção da edição dominical –, enquanto outros achavam que a má notícia viria no início desta semana.
Desde segunda-feira, os editores vêm sendo chamados com freqüência à sala da direção do jornal, onde são informados dos problemas financeiros enfrentados pela empresa e da necessidade de haver cortes imediatos, como forma de aliviar as dificuldades que encontram de equilibrar a receita com a publicidade em queda e a despesa com o pagamento de compromissos, principalmente com pessoal.
Enquanto o jornal pensa em demitir, a redação anda sobrecarregada de trabalho. Editores não têm com quem dividir escalas de plantão. No último domingo havia cinco páginas para fechar em uma editoria e só estavam na redação um repórter e um estagiário. Profissionais mais experientes, após o fechamento de suas editorias, tiveram de ser deslocados para fechar o material da editoria capenga, o que se deu naturalmente com muito atraso, estresse e dor de cabeça.
Parcerias com o poder público
Para o próximo ano, a partir dessas demissões, a direção do JB planeja incentivar a criação de núcleos de produção independentes, cada um deles administrando o seu próprio centro de custo. Somente sobreviveriam e seriam prestigiados os núcleos lucrativos, enquanto os demais, de baixa lucratividade, seriam extintos ou remodelados para incrementar o faturamento, especialmente os oriundos do setor público. Um desses núcleos abrigaria três publicações do jornal: a revista de Domingo, o Caderno B e a revista Programa, cada qual com um editor subordinado ao comando de um "publisher".
A propósito, a revista de Domingo, que há algum tempo é produzida em São Paulo, voltará a ser editada no Rio, o que assoberbará de tarefas o pessoal daqui. Um dos editores do jornal foi deslocado para Brasília com a finalidade de criar um núcleo de produção na capital. Próximo do poder central, com a chancela do Jornal do Brasil, começará a criar e editar publicações voltadas para divulgar, em forma de matérias pagas ou de anúncios, projetos de interesse de empresas e instituições públicas, sem menosprezar o que for possível amealhar da iniciativa privada.
Com esse mesmo espírito, o jornal pretende consolidar a criação e edição de cadernos regionais, em estados e municípios, voltados para as mais variadas áreas de interesse – economia, cultura, arte, educação, turismo, entretenimento, serviços –, sempre sob o patrocínio financeiro dos governos estaduais e das prefeituras interessadas em divulgar suas obras e realizações.
Fonte: SJPMRJ
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