Foto do André Az postada no F(r)ases da Vida e devidamente larapiada. Espero que o Feroli também não se importe...
O dia começou barra pesada. Fui me despedir do André hoje cedo. Engraçado como a vida parece uma novela do Maneco. Um monte de gente solta no mundo, mas que por uma afinidadezinha qualquer se esbarra, se conhece, se encontra.
O jornalismo era essa afinidadezinha que reuniu, com muito pesar, um grande grupo lá no Cemitério do Irajá. Coisa de 300 pessoas. Uma afinidadezinha que deu a cada um que fez questão de dar o último adeus para um cara bacanérrimo a oportunidade de se tocar como a vida é uma grande rede de contatos que a gente nem para para imaginar como se constrói. O resultado era um amontoado de rostos amigos ou só conhecidos que convergiam, na expressão, na saudade que o AZ deixará neste mundo.
Foram reencontros reconfortantes, de abraços apertados, que te balançam pra lá e pra cá, como se estivesse ainda em colo de mãe — puro consolo. Outros, meio tímidos, desajeitados, sem-graça, guardando certa culpa sabe-se lá do quê. Alguns, só alguns, de puro alívio por poder contar com um ombro amigo para se amparar na hora que a alça baixa.
Com tudo isso na cabeça, duas garrafinhas de Coca-Cola depois (sim, isso quase me consola...) lembrei de um trecho do post de uma amiga e vizinha neste mundinho virtual, que cabia como uma luva na situação.
Espero que ela não se incomode com a reprodução. Acho que não:
Tipo: como é que Deus deixa um cara como o André morrer de um jeito desses? Não tem negociação de karma que justifique, não é possível. A gente até torce para ele ter morrido com o tiro, e não com o atrolepamento, depois de ter sido arremessado da moto desgovernada pela mureta da Brasil à pista em sentido contrário. Conheço gente ruim que anda de moto e não sofre um arranhãozinho sequer... a vida não é lá muito justa.
Tá bom, quem sou eu para me levantar contra os desígnios de Deus?! Sou humana. Só isso. Pensei, também, se faltou tempo pro AZ nessa vida. Dizem que só vai quem tá na hora. Difícil acreditar que aquele garoto que me chamava de menina de um jeito doce, como um irmão, toda vez que me encontrava, podia virar abóbora se ficasse por aqui mais um pouco. Cara correto, bom profissional, bom filho e irmão — caráter moldado à filosofia de escoteiro que era, companheiro, honrado, sempre alerta.
Do nosso grupo de amigos comuns, poucos faltaram. Os que lá não estiveram foi por motivo de trabalho ou porque não conseguimos contatar. Um ou dois, talvez um pouco mais. A turma que marca chope e não aparece. Nem eu, nem a nossa 'promoter', nem o André. Esse trio notoriamente não aparecia e era sempre perdoado. Vamos parar com isso, porque se faltava tempo, não dá mais para ser essa a justificativa.
Foi mais ou menos a frase que me foi dita ao pé do ouvido, no meio de um abraço emocionado de um amigo querido. Se a vida não é justa, menos justo ainda é a gente se perder das pessoas que gosta em vida...
O dia começou barra pesada. Fui me despedir do André hoje cedo. Engraçado como a vida parece uma novela do Maneco. Um monte de gente solta no mundo, mas que por uma afinidadezinha qualquer se esbarra, se conhece, se encontra.
O jornalismo era essa afinidadezinha que reuniu, com muito pesar, um grande grupo lá no Cemitério do Irajá. Coisa de 300 pessoas. Uma afinidadezinha que deu a cada um que fez questão de dar o último adeus para um cara bacanérrimo a oportunidade de se tocar como a vida é uma grande rede de contatos que a gente nem para para imaginar como se constrói. O resultado era um amontoado de rostos amigos ou só conhecidos que convergiam, na expressão, na saudade que o AZ deixará neste mundo.
Tinha gente com a cara de ontem, dessas pessoas que você vê todo dia ou quase todo dia. Gente que noutro dia mesmo você encontrou. Algumas poucas pessoas amigas, do tipo que raramente se faz nesse meio. Outras, que você não via há muito tempo, por vacilo, falta de tempo ou puro desleixo, mas que mesmo assim parecia que foi ontem. É que a emoção de todo mundo ali era praticamente a mesma.
Foram reencontros reconfortantes, de abraços apertados, que te balançam pra lá e pra cá, como se estivesse ainda em colo de mãe — puro consolo. Outros, meio tímidos, desajeitados, sem-graça, guardando certa culpa sabe-se lá do quê. Alguns, só alguns, de puro alívio por poder contar com um ombro amigo para se amparar na hora que a alça baixa.
Com tudo isso na cabeça, duas garrafinhas de Coca-Cola depois (sim, isso quase me consola...) lembrei de um trecho do post de uma amiga e vizinha neste mundinho virtual, que cabia como uma luva na situação.
Espero que ela não se incomode com a reprodução. Acho que não:
Acredito piamente que o Cara lá de cima manda alguns sinais de tempos em tempos. Tenho certeza de que Ele tenta falar conosco de acordo com a intensidade da mensagem. Mas a surdez proposital é sempre um problema quando ela contradiz um desejo.
A teoria é a seguinte: ele sabe que você precisa ser avisado e então começa mandar as mensagens. Primeiro, um singelo sinal de fumaça. Depois escreve uma cartinha. E você resolve ignorar. Em seguida, recorre ao telegrama. Mesmo sem dar certo, ele tenta por telefone. Mas você, por estar muito ocupado, decide não atender naquele momento. Até que ele bate na sua porta.
Outro dia tive a oportunidade de ver uma "batida na porta" daquelas.
Alu segue por outros caminhos. Eu aproveito a deixa: a morte trágica e violenta do AZ foi uma dessas "batidas na porta daquelas". Não dá pra não parar e pensar. Pensar num monte de coisas óbvias e outras até grotescas. Pensei tudo o que eu tinha direito e que não tinha. Principalmente, eu acho, o que eu não tinha. Mas foi inevitável.
Tipo: como é que Deus deixa um cara como o André morrer de um jeito desses? Não tem negociação de karma que justifique, não é possível. A gente até torce para ele ter morrido com o tiro, e não com o atrolepamento, depois de ter sido arremessado da moto desgovernada pela mureta da Brasil à pista em sentido contrário. Conheço gente ruim que anda de moto e não sofre um arranhãozinho sequer... a vida não é lá muito justa.
Tá bom, quem sou eu para me levantar contra os desígnios de Deus?! Sou humana. Só isso. Pensei, também, se faltou tempo pro AZ nessa vida. Dizem que só vai quem tá na hora. Difícil acreditar que aquele garoto que me chamava de menina de um jeito doce, como um irmão, toda vez que me encontrava, podia virar abóbora se ficasse por aqui mais um pouco. Cara correto, bom profissional, bom filho e irmão — caráter moldado à filosofia de escoteiro que era, companheiro, honrado, sempre alerta.
Do nosso grupo de amigos comuns, poucos faltaram. Os que lá não estiveram foi por motivo de trabalho ou porque não conseguimos contatar. Um ou dois, talvez um pouco mais. A turma que marca chope e não aparece. Nem eu, nem a nossa 'promoter', nem o André. Esse trio notoriamente não aparecia e era sempre perdoado. Vamos parar com isso, porque se faltava tempo, não dá mais para ser essa a justificativa.
O André não vai mais ter tempo pra isso. Eu ainda tenho. Você ainda tem.
Então... que tal um chope?
Foi mais ou menos a frase que me foi dita ao pé do ouvido, no meio de um abraço emocionado de um amigo querido. Se a vida não é justa, menos justo ainda é a gente se perder das pessoas que gosta em vida...
0 comentários:
Postar um comentário