Invariavelmente, o sonho das pessoas que começam a correr é o de, um dia, sabe-se lá quando, cruzar a linha de chegada em uma maratona. São 42,195 km de percurso. O que pode significar, para uma pessoa normal, até 5 horas correndo. E um day after do capeta...
Segundo o Wikipédia, essa bagaça foi criada em 1896, com 40 km, nos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, para homenagear Filípides, o soldado grego que foi enviado da planície de Marathónas de volta a Atenas para informar a vitória sobre os persas na Primeira Guerra Médica, em 490 a.C.. O bucha percorreu o mais rápido que pôde a distância de cerca de 40 km entre as duas cidades para evitar que as mulheres atenienses sacrificassem seus filhos e, em seguida, se suicidassem para que não fossem violadas pelos persas, que também matariam suas crianças quando tomassem o local.
Filípides foi tão rápido que, ao chegar, conseguiu dizer apenas "vencemos", e caiu morto pelo esforço.
Hoje, o recorde olímpico data de 2008 e pertence ao etíope Haile Gebrselassie, com 2h08min59s. Entre as mulheres, a mais rápida maratonista é a britânica Paula Radcliff, com tempo de 2h15min25s, desde 2003.
Mas... como tem maluco para tudo, ontem bati um longo papo com o ultramaratonista Márcio Villar. Isso mesmo. Ultra. Traduzindo, significa que o cara corre distâncias superiores a 42.195 m. Às vezes, tão superiores que passam a ser medidas por tempo. E não é um tempinho qualquer. Tem provas com nomes literais, como as 24 horas dos Fuzileiros Navais, só para citar um caso caseiro, digamos assim.
Então. O Márcio contou que começou a correr para emagrecer. Isso foi há oito anos. No início, não aguentava dar uma volta inteira no quarteirão, o que dava uma distância de cerca de 2 km. Três anos depois, corria sua primeira ultra. E o bagulho foi tão doido, mas tão doido, que ficou em primeiro lugar na sua categoria. Assim mesmo, logo de cara. A vitória se transformou em paixão e isso virou um combustível e tanto para procurar novos desafios: ultramaratonas em condições extremas.
E, gente, por "condições extremas", leiam temperaturas de 60ºC ou -40ºC.
No ano passado, Márcio foi o primeiro brasileiro a completar a tal da BAD135 World Cup, que traduzida pelo mesmo cara que batizou o "Vale a Pena Ver de Novo" viraria algo como "Copa do Mundo de Corridas de 217km em Situações Extremas". O negócio é composto por três provas: a BR 135 Ultra, a Badwater 135 e a Arrowhead Ultramarathon. Saca só como funcionam as paradas...
BR 135 Ultra - As 135 Milhas (217 Km) devem ser percorridos em até 60 horas. A BR 135 Ultra é considerada a prova mais difícil do Brasil. Toda realizada nas montanhas da Serra da Mantiqueira, no Estado de Minas Gerais, a prova, criada pelo ultramaratonista Mario Lacerda, acontece no trecho de maior dificuldade do Caminho da Fé, e apenas 20, dos 217 km de toda a corrida, são planos. O atleta ao longo da prova “sobe e desce” um Monte Everest, com um total de mais de 10 Km de subida e aproximadamente 9 km de descida acumuladas.
Badwater 135 - Nas 135 milhas (217 Km), o atleta é acompanhado por um carro com no mínimo duas pessoas e tem que percorrer a distância em até 60 horas ininterruptas numa estrada de asfalto que atravessa o tão temido Deserto de Mojave, na California. A largada acontece em Badwater, a 85m abaixo do nível do mar, e a chegada é no MT. Whitney, a 2.530m de elevação. O maior o desafio não é correr as 135 milhas, nem tampouco a altimetria da prova, mas, sim, vencer o calor que, mesmo à noite, varia entre 50 e 60º positivos.
Arrowhead Ultramarathon - Mais uma etapa de 135 milhas (217 km), percorridas, dessa vez, nas florestas geladas do extremo norte de Minnesota, nos Estados Unidos, na divisa com o Canadá. Os atletas podem fazer o percurso correndo, de ski ou de bicicleta. Os participantes devem terminar a prova com pelo menos 6,8 kg de suporte de emergência, incluindo 3 mil calorias de alimentos. Além da distância, o desafio aí é enfrentar as baixas temperaturas, que podem chegar a -40ºC.
Pois então, o Márcio Villar foi o primeiro pancada a concluir as três provas, no ano passado. Neste ano, ele resolveu encarar a porra da BAD135 World Cup DOUBLE. O que significa percorrer o dobro da distância, com o quádruplo, provavelmente, de dificuldade. A tal da copa consiste em fazer as três provas descritas acima, ida e volta. O doido já cumpriu as duas primeiras e em janeiro vai encarar a Arrowhead Double. Está à procura de um frigorífico que autorize botar uma esteira para ele poder treinar abaixo de zero, beeeem abaixo de zero...
Tem maluco pra tudo mesmo!
Segundo o Wikipédia, essa bagaça foi criada em 1896, com 40 km, nos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, para homenagear Filípides, o soldado grego que foi enviado da planície de Marathónas de volta a Atenas para informar a vitória sobre os persas na Primeira Guerra Médica, em 490 a.C.. O bucha percorreu o mais rápido que pôde a distância de cerca de 40 km entre as duas cidades para evitar que as mulheres atenienses sacrificassem seus filhos e, em seguida, se suicidassem para que não fossem violadas pelos persas, que também matariam suas crianças quando tomassem o local.
Filípides foi tão rápido que, ao chegar, conseguiu dizer apenas "vencemos", e caiu morto pelo esforço.
Hoje, o recorde olímpico data de 2008 e pertence ao etíope Haile Gebrselassie, com 2h08min59s. Entre as mulheres, a mais rápida maratonista é a britânica Paula Radcliff, com tempo de 2h15min25s, desde 2003.
Mas... como tem maluco para tudo, ontem bati um longo papo com o ultramaratonista Márcio Villar. Isso mesmo. Ultra. Traduzindo, significa que o cara corre distâncias superiores a 42.195 m. Às vezes, tão superiores que passam a ser medidas por tempo. E não é um tempinho qualquer. Tem provas com nomes literais, como as 24 horas dos Fuzileiros Navais, só para citar um caso caseiro, digamos assim.
Então. O Márcio contou que começou a correr para emagrecer. Isso foi há oito anos. No início, não aguentava dar uma volta inteira no quarteirão, o que dava uma distância de cerca de 2 km. Três anos depois, corria sua primeira ultra. E o bagulho foi tão doido, mas tão doido, que ficou em primeiro lugar na sua categoria. Assim mesmo, logo de cara. A vitória se transformou em paixão e isso virou um combustível e tanto para procurar novos desafios: ultramaratonas em condições extremas.
E, gente, por "condições extremas", leiam temperaturas de 60ºC ou -40ºC.
No ano passado, Márcio foi o primeiro brasileiro a completar a tal da BAD135 World Cup, que traduzida pelo mesmo cara que batizou o "Vale a Pena Ver de Novo" viraria algo como "Copa do Mundo de Corridas de 217km em Situações Extremas". O negócio é composto por três provas: a BR 135 Ultra, a Badwater 135 e a Arrowhead Ultramarathon. Saca só como funcionam as paradas...
BR 135 Ultra - As 135 Milhas (217 Km) devem ser percorridos em até 60 horas. A BR 135 Ultra é considerada a prova mais difícil do Brasil. Toda realizada nas montanhas da Serra da Mantiqueira, no Estado de Minas Gerais, a prova, criada pelo ultramaratonista Mario Lacerda, acontece no trecho de maior dificuldade do Caminho da Fé, e apenas 20, dos 217 km de toda a corrida, são planos. O atleta ao longo da prova “sobe e desce” um Monte Everest, com um total de mais de 10 Km de subida e aproximadamente 9 km de descida acumuladas.
Badwater 135 - Nas 135 milhas (217 Km), o atleta é acompanhado por um carro com no mínimo duas pessoas e tem que percorrer a distância em até 60 horas ininterruptas numa estrada de asfalto que atravessa o tão temido Deserto de Mojave, na California. A largada acontece em Badwater, a 85m abaixo do nível do mar, e a chegada é no MT. Whitney, a 2.530m de elevação. O maior o desafio não é correr as 135 milhas, nem tampouco a altimetria da prova, mas, sim, vencer o calor que, mesmo à noite, varia entre 50 e 60º positivos.
Arrowhead Ultramarathon - Mais uma etapa de 135 milhas (217 km), percorridas, dessa vez, nas florestas geladas do extremo norte de Minnesota, nos Estados Unidos, na divisa com o Canadá. Os atletas podem fazer o percurso correndo, de ski ou de bicicleta. Os participantes devem terminar a prova com pelo menos 6,8 kg de suporte de emergência, incluindo 3 mil calorias de alimentos. Além da distância, o desafio aí é enfrentar as baixas temperaturas, que podem chegar a -40ºC.
Pois então, o Márcio Villar foi o primeiro pancada a concluir as três provas, no ano passado. Neste ano, ele resolveu encarar a porra da BAD135 World Cup DOUBLE. O que significa percorrer o dobro da distância, com o quádruplo, provavelmente, de dificuldade. A tal da copa consiste em fazer as três provas descritas acima, ida e volta. O doido já cumpriu as duas primeiras e em janeiro vai encarar a Arrowhead Double. Está à procura de um frigorífico que autorize botar uma esteira para ele poder treinar abaixo de zero, beeeem abaixo de zero...
Tem maluco pra tudo mesmo!
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