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    terça-feira, abril 1

    Capitão-do-mato

    O Capitão-do-mato era na origem um empregado público da última categoria encarregado de reprimir os pequenos delitos ocorridos no campo. Na sociedade escravocrata do Brasil, a tarefa principal ficou a de capturar os escravos fugidos. O termo capitão-do-mato passou a incluir aqueles que, moradores da cidade ou dos interiores das províncias, capturavam fugitivos para depois entrega-los aos seus amos mediante prêmio.

    Os capitães-do-mato gozavam de pouquíssimo prestigio social, seja entre os cativos que tinham neles os seu inimigos naturais, seja na sociedade escravocrata, que os considerava inferiores até aos praças de polícia, e os suspeitava de seqüestrar escravos apanhados ao acaso, esperando vê-los declarados em fuga para depois devolvê-los contra recompensa.

    O artista alemão Rugendas, viajando no Brasil em 1822-1825, retratou um "Capitão do Mato" negro, montado a cavalo e puxando um cativo com uma corda.

    O autor Martins Pena, ao adaptar a figura ridícula de Pantaleone do teatro italiano para o cenário do Brasil, o colocou naquela profissão ("O Capitão do Mato", 1855).

    Nos últimos dias do regime da escravidão, em 1887-88, quando os escravos fugiam em massa das fazendas da Província de São Paulo, os chefes do Exército, ainda gozando do prestígio de combatantes da guerra do Paraguai, recusaram-se a assumir a desprezada função.
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    A partir daqui, o texto do Wikipédia (que eu consertei, claro) dá espaço para a dona deste pedaço virtual.

    No imaginário coletivo dos balzaquianos que assistiram a Sinhá Moça no meio da década de 1980, o capitão-do-mato toma forma imediata, só ao mencionar o posto. Ele é Tony Tornado, o cara que dançava loucamente, deslizando pela BR 6, com um black power de fazer inveja a Globetrotters. Mas isso bem antes de receber a chibata e a incumbência de caçar escravo fujão na TV.

    O mais novinhos têm outra imagem formada na cabeça, graças a essa mania da Globo em fazer remake de novelas. Uma bosta. O capitão-do-mato da nova geração encolheu significativamente e ganhou feições de um Milton Gonçalves desbotado. Uma pena. O nosso capitão-do-mato era bem mais ameaçador, encorpado e vinha, de brinde, com uma voz de trovão.
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    E você, tem um capitão-do-mato pra chamar de seu?!
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    Tem música de Maria Bethânia sobre o tema, too.

    Eu cheguei vestido de rei
    quem me chamou
    Eu cheguei vestido de rei
    Mutalambô
    Eu vi que o vento zuniu
    Eu vi que a folha caiu
    Eu vi que relampeou
    Eu vi que a mata rompeu
    Eu vi que a flecha correu
    Eu vi que a porta bateu
    Chegou meu pai caçador
    Eu cheguei vestido de rei
    A…É o dono do matagal
    É guardião do embornal
    É o chefe da guarnição
    Ele é da casa real
    Ele é quem briga com o mal
    Ele é o meu capitão
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