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    quinta-feira, dezembro 4

    Insana idade

    As velhinhas andam loucas. Deve ser alguma coisa de reposição hormonal. Tão precisando fazer recall desse troço. Imagina que em uma semana, só uma semaninha, fui quase atacada por duas idosas enfurecidas!

    A primeira foi na fila do mercado, vejam só.

    A desinfeliz estava atrás de mim na fila. Lenta, a fila. Uma jovem senhora entrou atrás dele, que foi logo avisando:

    — Estou com carrinho ali na outra fila; se esta estiver mais rápido, vem pra cá. Não vá me bater!
    — Mas a senhora está em duas filas?

    A moça perguntou com a maior educação. Só que a pergunta foi suficiente para provocar uma ebulição hormonal na coroa.

    — Estou, sim! Tem alguma placa dizendo que não posso ficar em duas filas?

    Ah, minha orelha ficou em pé, imediatamente. A moça, calma como eu nunca conseguiria, respondeu:

    — Não, senhora. Mas também não há placa dizendo que pode. É apenas uma questão de bom senso. Imagina a senhora se todo mundo que vem acompanhado ao mercado resolve fazer igual. Pior: e se vem a família inteira às compras?! Sem falar que a senhora poderia estar na fila preferencial. É um direito seu ter atendimento mais rápido.

    Caraca, a velha enlouqueceu. Falou um monte. Alto. Cada vez mais alto. nem lembro bem o que ela falou tanto. Negócio de discurso. Envergonhada com o escândalo, a moça saiu da fila. Não sem antes eu oferecer que ela entrasse na minha frente, desde que trocássemos de posição logo em seguida, pois o carrinho dela estava mais cheio. Ela preferiu não arriscar e foi para outra fila para a doida calar a boca.

    Claro, não sem antes que a velha coltasse toda sua ira para esta blogueira...
    ****
    Dois dias depois, no ponto do ônibus, eu, uma senhora e uma adolescente esperávamos ônibus de manhã. Era de manhã mesmo, porque estou num esforço hercúleo para chegar na hora no jornal. Não tenho a vida do Zé Bob, afinal de contas. Um carro pára. Abre-se a janela. Uma moça pergunta, olhado para a minha pessoa:

    — Sabe onde fica a Praça Varnhagem?

    Claro que sei. Mas na hora, cedo, pega de surpresa... Sem falar que tenho problemas com caminhos. Titubeei. Foi o sufuciente pra velhota se adiantar:

    — Minha filha, pega aqui a Morais e Silva direto, sai no Maracanã e vai embora, que você passa em frente à praça.

    Peraê! Estávamos na São Francisco Xavier, no ponto em frente ao CPII/Colégio Militar. Com essa indicação, a praça que ela encontraria seria a da Bandeira! A garota pensou igual. Mas aí o carro já tinha partido. Olhamos uma para a cara da outra. Ela falou, para mim e para a "senhora":

    — A Varnhagem não é para o outro lado?

    Fiz coro. A velha surtou:

    — Como que pro outro lado? Meu irmão trabalha no Garota da Tijuca. Não estou louca; sei onde fica a Praça Varnhagem!

    Isso aos berros, levantando os braços feito um boneco do posto. É óbvio que questionei sua sanidade depois da ceninha ridícula e desnecessária.

    — Dizem que o primeiro sintoma de loucura é negar a doença. E se a senhora tá maluca, não sei. Tonta e perdida, com certeza. O pior é fazer os outros errarem o caminho...

    Sorte que o 433 veio logo. Deixei a maluca falando sozinha. Como bem elas merecem...
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    Item Reviewed: Insana idade Rating: 5 Reviewed By: Debora
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